É uma verdade universal: ninguém consegue desligar uma
criança da ficha.
E a triplicar ainda é mais
difícil. Conseguem ser sempre o centro das atenções, às vezes individualmente, às
vezes em grupo. Nem sei qual das situações é melhor. Só sei que não é possível
desligá-los da ficha. São tão infernais acordados e tão angelicais a dormir.
Não percebo como é que na escola os professores conseguem controlar e até mesmo
(surpreendentemente) ensinar, quando, em casa sinto uma dificuldade tão grande
em explicar e ensinar que têm de lavar os dentes todos os dias, antes de ir
para a cama.
Tenho uma teoria: quando o grupo
é suficientemente grande, as crianças conseguem gerir-se a si próprias de um
modo mais efectivo e controlado. Conjecturo se é isto que acontece na escola.
Por isso, a solução seria continuar a ter filhos até que o grupo fosse
suficientemente grande para atingir uma autogestão efectiva e controlada. O
verdadeiro problema é o tempo e energia necessária para a chegar a um grupo
suficientemente grande para ter este controlo. Certamente iria enlouquecer
antes de chegar a esse número (o qual não sei qual é, mas que imagino que seja
mais de 10). Suporto esta minha teoria naqueles pais que me dizem que ter três
filhos é melhor e mais fácil do que ter só um, porque, dizem, assim podem
brincar juntos. Provavelmente, o estado de loucura a que cheguei impede-me de
lembrar como é ter apenas um filho. Só me recordo de como é ter três. Acabo por
dar razão a esses pais. É possível que estejam mentalmente mais sãos.
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